quarta-feira, 31 de março de 2010

Lenda do Aveloso “O homem macaco”


Gostaria de vos poder contar tudo acerca deste homem que durante muitos anos foi noticiado em todos os jornais, nacionais e estrangeiros. Mas o mais que nós falemos dele ou escrevamos é muito pouco, porque este homem virou história ou até quem sabe lenda. Com esta pequena história nada mais pretende, se não contar-vos alguns episódios desde fenómeno que nunca ninguém chegou a descobrir; mesmo até depois de ela morrer, nos estudos que lhe fizeram no seu corpo. Mas algumas aventuras deste nosso herói não foram contadas, em nunca chegaram a ser e assim a narrativa ficará sempre em aberto. Mas talvez nós continuamos a aprofundar ou descobrir outras aventuras, talvez a sua continuação possa dar origem a uma história, como a do Tarzan “homem macaco”.


Mas quem era afinal de contas esse extraordinário homem que ficou conhecido por “homem macaco”?


Nasceu em 1882 na freguesia do Aveloso, do concelho da Meda, distrito da Guarda. Chamava-se Albano de Jesus Beirão, mais conhecido por “ homem macaco”.


Tinham-no visto dar urros com mais força do que os de um cavalo; tinham apreciado os seus saltos incríveis; tinham-no visto desafinar cavalos e burros às parelhas quando estavam no ferrador; a sua força descomunal; a sua insensibilidade aos ferimentos; a sua adaptação aos espaços mais apertados, e, no termo daqueles trabalhos, o efeito de uma descarga de energia humana por força de uma grande quantidade de liquido, que tanto podia ser comida preparada para os povos, como de um balde de cal para trabalhos de construção civil. Um fenómeno humano nunca totalmente desenvolvendo! O inicio dos seus trabalhos, foi aos sete anos, do que foi o seu crescimento e das voltas que deu pelo mundo, quer percorrendo todos os países da Europa, numa missão cientifica, quer sobrevivendo em Angola, durante dois anos, lançado no mato para que lá pudesse encontrar o seu fim.


Sua mãe morreu, cansada de tudo procurar para curar o mal de um filho de uma doença que ninguém mais tinha.


Assim ela deixou de comer e de beber, fora emagrecendo, ficara seca, “seca como as palhas” e o deixou órfão ainda bastante novo.


O terror das grandes cidades, o “homem macaco”, teria agora precisamente 110 anos, morreu com 94 anos.


O rei d. Carlos, deu-lhe uma pensão com a condição de não voltar a perturbar a vida dos lisboetas, e da morte que causou a um bombeiro do porto, quando subiu, pelo exterior, a famosa torre dos clérigos, depois de já ter subido a estátua lisboeta do Marquês de Pombal.


No próximo da sua força física, com pouco mais de 20 anos, foi conduzido para a África num vaso de guerra. A marinhagem atirou-o 2 vezes para o mar. Não sabia nadar, mas, na situação de pânico em que ficava, surgia-lhe o ataque, adquirida força, tornava-se leve, muito leve, conseguia nadar e saltar para o barco em pleno andamento, provocando o maior medo à tripulação, que supunha que ele se iria vingar.


A sua história está por fazer: em bom rigor ela está ainda por contar. Terá sido contada de forma indirecta, porque, a meu ver ele terá inspirado, com os acontecimentos de África, a figura do Tarzan, que o cinema tornou famoso.


Com efeito foi em 1912, quando albano beirão tinha trinta anos e já estivera em África e percorrera a Europa, tornando-se um caso mundial, que o escritor Edgar Rice Burroughs escreveu um guião cinematográfico que intitulou Tarzan – homem macaco, que veio à luz do dia, nesse ano, na revista “ all story”.


Não deixa de ser estranho, que o primeiro filme sonoro de Tarzan, baseado numa novela deste autor, e feito em 1932, se tinha intitulado Tarzan - “ homem macaco”.


Não obstante a composição do personagem ao jeito Hollywood esco, tipicamente americano, alguns pormenores elas contêm que bem parece provir dos feitos do português Albano Beirão. Não se trata de um homem que provém da civilização europeia e que sobrevive em condições fora do comum?


A história de Albano Beirão está, rigorosamente, por contar. Muitos, que a conheceram parcialmente, acham – na verdadeiramente original, um caso único, já que merecera um sério estudo por um médico para psicológico, vindo da Holanda o convite da Fundação Gulbenkian. Mas ela parece sobressair, sem grande dúvida, a verosimilhança dos seus efeitos com os de Tarzan, que desde Burroughs a hugh Hudson, director do último filme sobre esta mítica figura, muito fazem recordar os de Albano Beirão a quem tenha conhecido alguma coisa da sua vida ou tenha contactado directamente. Não teria Tarzan nascido, desde modo, em Portugal? Se assim foi, “o seu primeiro grito” foi ouvido entre nós...

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